A Feira agroecológica da APROFAM como instrumento de decolonialidade
DOI :
https://doi.org/10.21708/issn2674-6549.v5i2a12295.2023Résumé
Resumo
A Associação de produtores e produtoras agroecológicos de Mossoró (APROFAM) está, há quase duas décadas, atuando através da produção e comercialização nas feiras agroecológicas. A experiência da Feira na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) se iniciou em 2019 e foi interrompida em virtude da pandemia da COVID 19. O trabalho em questão apresenta o projeto "Do campo ao campus: Feira Agroecológica da UFERSA" que trata da experiência da feira adentrar nos muros da Universidade. E, tem como objetivo refletir como essa experiência tem possibilitado o desencadeamento de processos decoloniais nas dimensões ambiental, do poder, do saber e do ser. Metodologia: A pesquisa apresenta uma abordagem, predominantemente, qualitativa. Em relação aos instrumentos metodológicos, caracteriza-se como teórica, bibliográfica e empírica. A análise dos resultados será feita mediante o entendimento de colonialidade/decolonialidade explanado por Quijano, Porto-Gonçalves, Maldonado-Torres, dentre outros. Resultados: As feiras agroecológicas possibilitam uma aproximação entre produtores familiares e consumidores de alimentos orgânicos e se constitui como espaço interativo, justo e solidário de oferta de alimentos orgânicos, produzidos pela agricultura familiar local, tornando-a uma novidade e referência quanto à transição agroecológica, produção e consumo alimentar. É uma experiência que promove a autonomia dos agricultores quanto à produção e comercialização. Conclusão: A Feira Agroecológica mobiliza processos decoloniais que se assentam nas dimensões ambiental (produção orgânica), do poder (autonomia), do ser (valorização do ser agricultor) e do saber (valorização do saber da experiência). Além do mais, tem motivado docentes e discentes da UFERSA percebê-la como instrumento pedagógico de ensino, pesquisa e extensão em torno das temáticas de consumo e produção sustentáveis e aproximações campo e cidade, conhecimento científico e conhecimento empírico.
Palavras-chave: Agroecologia; Decolonialidade; APROFAM.
Abstract
The Association of agroecological producers of Mossoró (APROFAM) has been operating through agroecological fairs for almost two decades. The experience began in 2007 and was interrupted due to the COVID 19 pandemic. The work in question presents the project "From the field to the campus: UFERSA Agroecological Fair" which deals with the experience of the fair entering the walls of universities and aims to to reflect on how this experience has enabled the triggering of decolonial processes in the environmental, power, knowledge and being dimensions. Methodology: The research presents a predominantly qualitative approach. In relation to methodological instruments, it is characterized as theoretical, bibliographic and empirical. The analysis of the results will be carried out using the understanding of coloniality/decoloniality explained by Quijano, Porto-Gonçalves, Maldonado-Torres, among others. Expected results: Agroecological fairs enable family producers and consumers of organic food to come together and constitute an interactive, fair and supportive space to offer organic food, produced by local family farming, making it a novelty and a reference in terms of the agroecologicaltransition , food production and consumption. It is an experience that promotes farmers’ autonomy regarding production and marketing. Conclusion: The Agroecological Fair mobilizes decolonial processes that are based on the environmental dimensions (organic production), power (autonomy), being (valuation of being a farmer) and knowledge (valuation of knowledge from experience). Furthermore, it has motivated teachers and students at UFERSA to perceive it as a pedagogical instrument for teaching, research and extension around the themes of sustainable consumption and production and approaches between countryside and city, scientific knowledge and empirical knowledge.
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